quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Anna Bernnabar




Conta-se a história de uma menina que conseguia enxergar nossa realidade de um modo tão peculiar, que a chamavam de "menina do realismo fantástico".

Dentre as anedotas que dela se conta, hoje no mundo inteiro, está aquela do dia da chuva, foi mais ou menos assim:

Estava a menina em sua casa, enxergando elementos únicos e realidades fantásticas, quando chegou a chuva, forte como nunca se viu. E então, em meio ao torvelinho natural, viveu ela seu próprio furacão. Ela via, e não era meramente sua imaginação, as gotas de chuva levando embora suas maiores esperanças e sonhos. Via mesmo, com os olhos materiais, as gotas empacotando suas esperanças e sonhos, como pequeninas bexigas d'água. E foram todos, rua abaixo, rápidos como em toda grande correnteza. Brutais, como em toda tempestade.

E os relatos não param por aí, neste dia chuvoso e triste. Conta-se também, hoje no mundo intero, sobre seus banhos diários, em um chuveiro material, em uma realidade fantástica:

Estava a menina ao banho, quando, ao consultar suas memórias reprimidas, derreteu em sal, água e partículas minúsculas coloridas. Multiforme, podia ser esmagada, transformava-se em mil objetos, mil formas, mil possibilidades. A cada manhã, o fantástico se apresentava para ela, ao banho, caleidoscópio.

E, assim, de eventos mágicos em eventos mágicos, ao longo dos anos, sua fama foi percorrendo o mundo, hoje o mundo inteiro. Muitas são as histórias que dela se conta. Mas, em breve, finalmente, ela se revelará ao mundo em suas mais brilhantes idéias e mais sofisticadas experiências. Logo, bem logo, Anna Bernnabar, essa russa misturada com árabe, reunirá tudo em um livro, as Meditações Seculares. Prometo acompanhá-la de perto. Prometo informar vocês.

Postado por Diário Halotano.

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