quarta-feira, 31 de dezembro de 2008




Elementos variados emocionam as pessoas. Fotos, memórias, filmes, cenas, amigos, palavras, perdas, vitórias, ad infinitum. Todavia, dentre todas estas possibilidades, aquelas que mais me tocam são as relacionadas aos esportes. Não vou explicar os porquês, mas os resultados esportivos, em seus clichês de superação, me comovem.

Hoje, assim como já acontecera em 2004, em Atenas, a figura de Vanderlei Cordeiro de Lima, me sensibilizou. Aos 39 anos, aposentou-se das provas atléticas mais intensas, deixando fãs, sem exagero, imagino, no mundo inteiro.

Parabéns Vanderlei, mais uma vez, torci por você!

Postado por Diário Halotano

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008




Pausa.

Pausa. Reticências...

Aprecio sobremodo duas palavras: pausa e reticências. Com ponto final e três pontinhos...

Elas continuam juntas. Volto ao "espaço virtual" (conceito indefinível!) somente no ano novo, com novidades para o nosso blog, meu e teu.

Pausa. Beijos...

Reticências... Metáfora do que há de vir! (No ano novo falo das exclamações).

Postado por Diário Halotano.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008




Pausa.

Uma pequena pausa para o natal. Volto antes do ano novo, com novidades para o nosso blog. Nosso, meu e teu. De quem quer que esteja por aí, rondando nosso território virtual.

Feliz Natal, seja lá com quer for, com você mesmo! Comemore o que bem entender, independentemente do que digam sobre as celebrações. Eu tenho lá minhas crenças para este período do ano, você tem as suas? Quem sabe...

Até a volta! Um abraço!

Postado por: Diário Halotano.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008




Foto capturada em um de meus odiosos passeios por shoppings em São Paulo. Na inauguração da loja "Poderoso Timão", Shopping SP Market.

O frisson era enorme! Pessoas caminhavam pelo corredor, passavam pela vitrine e os comentários, claro, eram controversos e, em alguns casos, hilários!

Como minha noiva aguardava pacientemente na fila, à espera de um souvenir de seu time do coração, aguardei do lado de fora, como bom alvi-verde que sou. Eis alguns dos preciosos comentários ouvidos "do lado de cá" do vidro:

"- Nossa, olha só! O primeiro campeão mundial pela FIFA";
"- Credo, aí dentro só pode ter produto roubado";
"- Já imaginou entrar gritando É HEXA! É HEXA?";
"- Grande jogada de marketing";
"- Aqui tem um bando de loko...";
"- Mundial pela FIFA é o caralho, nóis é tri!";
"- Pelo menos a gente tem estádio";
"- Já ouviu aquela que o Ronaldo foi pra cama com os traveco pensando que era mulher e foi pro Curintia pensando que é time?".


É, jogada de marketing ou não, infelizmente a empolgação (pró ou contra) era tanta que não pude captar nenhuma referência aos "ídolos" postados ao fundo da loja. Jogadores que reinventaram o futebol (alguns deles tentam reinventar até hoje, meio chatos!), como Sócrates, Biro-Biro ou Neto. Porém este não é um fenômeno (permitam-me o trocadilho) exclusivo dos torcedores corinthianos, é um sintoma contemporâneo da falta de memória, mas esse é assunto pra outros papos.

Postado por: Diário Halotano

domingo, 14 de dezembro de 2008




Raramente almoço em casa aos domingos, dia dedicado à minha companheira e futura esposa! Todavia, neste 14 de dezembro, trabalhei normalmente, o que me levou à rotina trivial.

Nada prosaico foi conhecer a habilidade culinária (tema que tem me interessado mais e mais) do chef G. Garvin. Aconselho àqueles que apreciam algo leve e, ao mesmo tempo, de confecção rápida, dar uma olhada em seu endereço eletrônico (é em inglês, mas vale forçar a tradução): http://www.chefgarvin.com/home.php.

A foto acima é de uma receita ótima: "Whole Wheat Pasta with Chicken"

Convide alguém especial e aproveite!

Postado por: Diário Halotano

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008




Cats In The Cradle
Artist: Harry Chapin
Album: Cats In The Cradle


My child arrived just the other day
He came to the world in the usual way
But there were planes to catch and bills to pay
He learned to walk while I was away
And he was talkin' 'fore I knew it, and as he grew
He'd say "I'm gonna be like you dad
You know I'm gonna be like you"


And the cat's in the cradle and the silver spoon
Little boy blue and the man on the moon
When you comin' home dad?
I don't know when, but we'll get together then son
You know we'll have a good time then


My son turned ten just the other day
He said, "Thanks for the ball, Dad, come on let's play
Can you teach me to throw", I said "Not today
I got a lot to do", he said, "That's ok"
And he walked away but his smile never dimmed
And said, "I'm gonna be like him, yeah
You know I'm gonna be like him"


And the cat's in the cradle and the silver spoon
Little boy blue and the man on the moon
When you comin' home son?
I don't know when, but we'll get together then son
You know we'll have a good time then


Well, he came home from college just the other day
So much like a man I just had to say
"Son, I'm proud of you, can you sit for a while?"
He shook his head and said with a smile
"What I'd really like, Dad, is to borrow the car keys
See you later, can I have them please?"


And the cat's in the cradle and the silver spoon
Little boy blue and the man on the moon
When you comin' home son?
I don't know when, but we'll get together then son
You know we'll have a good time then


I've long since retired, my son's moved away
I called him up just the other day
I said, "I'd like to see you if you don't mind"
He said, "I'd love to, Dad, if I can find the time
You see my new job's a hassle and kids have the flu
But it's sure nice talking to you, Dad
It's been sure nice talking to you"


And as I hung up the phone it occurred to me
He'd grown up just like me
My boy was just like me


And the cat's in the cradle and the silver spoon
Little boy blue and the man on the moon
When you comin' home son?
I don't know when, but we'll get together then son
You know we'll have a good time then


(...)

Postado por: Diário Halotano

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008




O que é a escrita automática? O que é esse turbilhão de palavras saltando da ponta dos dedos? O que são os rios que jamais passam por pontes faladas, insistindo em inundações escritas em uma praia estéril?

Que explosão é esta? Que espera é esta? O que acontece no coração, na mente, na testa de quem escreve, chacoalha, deseja movimentos intelectuais precisos e, ao mesmo tempo, consegue-os atabalhoados?

Que cheiro tem a sagacidade? Que cor têm as sensações de pertencimento? Como é o tato de dois seres humanos que se fantasiam sem saber? É mesmo quente o amor? É mesmo fria a tristeza? É mesmo triste estar só? Qual e próxima pergunta?

As perguntas de quem se auto investiga são infinitas. As respostas tendem ao sem-fim. Qual seria a sua inquietação de hoje? Ela existe? Você explode? Você se interroga a si mesmo? Ao menos procura? Perturba-se? Ou prefere o relaxamento, a inércia, a ausência de revelação?

Não sei de você, não sei nada de você, assim como não sabe nada de mim! Porém, sugiro... Pergunte-se sobre você a você mesmo! Interrogue a sua mente até que ela arda em chamas! E descobrirá que as respostas demoram toda a existência para aparecer. E, sabe de uma coisa? Quanto maior a demora, maior é a satisfação!

O tempo é inexorável. O que fará dele?

Postado por: Diário Halotano

sábado, 6 de dezembro de 2008




(...)

The Sin - Warren Zevon

It's none of my business
But if I may
Remind you of the time
When you did something you knew was wrong
It wasn't called a crime
And I'm not saying that you should give
A sucker an even break
I'm talking about the time
That you were cruel for cruelty's sake
I'm talking about the time
That you were cruel for cruelty's sake
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for the sin?
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for the sin?
Hah?
Maybe you went and stuck your key
In somebody else's door
Maybe you went and helped yourself
To something that wasn't yours
Maybe you simply criticized
Someone you hardly knew
You ruined part of their life for them
Part of your own life, too
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for the sin?
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for it then?
If and when you feel an ill wind
Don't be too surprised
Remember when you should have
Picked on somebody your own size
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for the sin?
How you gonna pay for
How you gonna pay for
How you gonna pay for the sin?
How am I gonna pay for
How am I gonna pay for
How am I gonna pay for the sin?


(...)

Postado por: Diário Halotano

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008



www.internacional.com.br




É muito bom vencer desse jeito, ter o que ninguém tem, ninguém conquistou. Hoje, me digo colorado mais do que nunca, para o resto da minha vida. - Alex, meia atacante do Internacional.

É... Futebol! Cores, vibrações, filosofias sobre a coletividade identitária, paixão, camisa, títulos, espetáculo, história, ilusões e misturas quase infinitas de sensações, que não caberiam descritas aqui.

E como é bom quando um ser coletivo chega ao final de uma trajetória! O Internacional, hoje, para mim, é a metáfora da coletividade identitária: um em todos, todos em um. Sem soar batido em clichês mosqueteiros, digo que a identidade, seja ela Nacional, seja ela Internacional (trocadilho infame, eu sei), é um fenômeno que se define não apenas pela afirmação do que temos em comum, nem pela definição do que somos. Sim pelo destaque daquilo que aquele que não é um de nós não tem!

Por exemplo: para dizer o que é ser um Colorado (torcedor ou jogador do Internaciopnal de Porto Alegre), Alex precisou dizer sobre aquilo que todos os outros não-colorados não são, ou não têm. Ao se afirmar Colorado, Alex não reforçou as características desta classe de torcedores, mas disse: todos eles não têm essa copa, não são colorados, não são!

Mais uma vez, o futebol sintetiza o conceito de identidade, de coletivo, de grupo. Nos afirmamos pertencer a uma nação, a um coletivo, a um grupo, ou a uma tribo, quando não sabemos muito bem o que somos, porém temos a certeza irrefutável do que "não somos"!

Parabéns Internacional! Não apenas por proporcionar reflexões a este torcedor, mas por sintetizar, hoje, não apenas as identidades e coletivos, porém a alegria de ser um campeão-inédito.

P.S.: Texto carente de revisão. Reescritura necessária.

Postado por: Diário Halotano

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Crédito da Imagem: http://www.flickr.com/photos/halo/454058025/.




I dream. I dream I'm floating on the surface of my own life, watching it unfold, observing it. I'm the outsider, looking in. - Dexter Morgan

Imagino-me flutuando em uma metáfora dual. Há ali, do lado de fora, de quem observa, um humano boiando em uma massa sólida. A metáfora se inverte, como um sonho cubista, e o humano se posta ereto, numa zona fluida e fragmentada. Por ora bóia na rigidez, outrora se ergue por entre os estilhaços.

Sente-se, ele mesmo, ator e crítico. Como que sujeito e predicado de sua própria experiência do mundo.

A metáfora se estende e o humano surge como que em partículas minúsculas infinitamente divisíveis. Mais uma vez, do lado de fora, de quem observa, parece haver uma lente fractada, por onde se pode olhar o mesmo humano, porém agregado, como corpo concreto. Por ora se expande em partículas, outrora se une em um só.

Sente-se, ele mesmo, o humano e o observador. Como que unindo duas pontas de uma corda a que chamam existência. E a sua, parece-lhe um arquivo entreaberto, para o qual olha com ansiedade, vislumbra.

O observador e o humano são os mesmos. Vivem uma metáfora partida. Estranham-se. Desassossegam-se. Flutuam. Postam-se eretos. Personificam a metáfora da vida.

Postado por: Diário Halotano

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008






(...)

Ao refletir sobre a ausência proporcionada pela morte, sinto o desejo de compartilhar uma coleção de minhas reticências. Reticências ao início dos parágrafos, como se fôssemos suprimir a citação de algum autor famoso. Ou aquelas escritas aos finais de frase, como quem "engasga" e não consegue mais criar uma só palavra de amargura. Aprecio a sensação profunda também daquelas orais, de quando colidimos com um corpo, contemplamos a extinção, avistamos lágrimas, e simplesmente oferecemos o abraço apertado, porque não há o que possa ser dito!

Porém... Hoje ofereço aquelas entre parêntesis, sozinhas, cercadas por duas colunas curvas. Metáfora da dor, as reticências substituem sem substituir nossa ausência, um espaço vazio, a angústia, as pontadas profundas, a solidão, os bancos vagos. Os parêntesis demarcam nós mesmos, colunas tortas de pânico; curvas de uma via só, agonia de estar vivo, de estar reticente, de personificar as vértebras recostadas em ângulo oblíquo do nada, que fora tudo...

(...)

(...)

Para a suposta "humanidade", inexistente em estruturas filosóficas, morta ela mesma, os corpos estéreis são estatísticas. Para cada um de nós, as contas não são em milhões, muito menos em bilhões, sim dolorosas unidades desprovidas de fôlego... Um cadáver não anda conosco aos sábados à tarde de primavera, não faz sexo no calor do quarto escuro, não nos aconselha em momentos de dúvida, não joga futebol na segunda à noite, não toma suco de abacaxi no verão paulistano, não sente, não fala, não é...

Dói! Como dói! Dói em exclamações, em pontos finais, deixando reticências-prosopopéias.

(...)

Postado por: Diário Halotano