quarta-feira, 24 de junho de 2009




São numerosas as metáforas sobre as crianças. Ingenuidade, pureza, início, novidade, futuro, inocência, frescor, primavera, flores, atividade (hiperatividade), paz, sinceridade, formação, transformação. São palavras positivas, carregadas de um sentido de "por vir". O presente parece irrelevante, impreciso, alheio. O futuro é importante, como que se o que há ainda não é, vai ser.

Vivemos como infantes, muitas vezes. Esperamos o que virá, e não nos sabemos no que já existe. O presente se torna, assim, um tempo agônico em que não se é, no qual a identidade parece não se formar por completo e o desejo romântico do "colhe o dia" não se realiza. Vivemos encalacrados em atividades cotidianas, como se fossem elas os momentos mais importantes da vida. Todavia, ao voltarmos para casa, no caminho ainda do lar, percebemos que não realizamos. Simplesmente reproduzimos movimentos simples de um cotidiano viciado, como quem puxa um cigarro sem pensar no ato em si mesmo. Somos, sem perceber, ou sofrendo na percepção, autômatos.

O que parece dolorido de pensar - robôs humanos repetidores - piora, quando estendemos a metáfora para nossas intimidades, amores, paixões, desejos, sonhos e expectativas. Vivemos em suspensão... Como que sem presente. Esperando um futuro que, aparentemente, no seio de nossa imaginação, está formado, planejado, construído, pronto. Mas não se realiza, e não nos realizamos. Até conseguimos compreender intelectualmente os passos necessários para que sejamos aquilo que queremos ser, porém, estáticos, autômatos, robóticos, não agimos de acordo... Apenas seguimos o caminho costumeiro. Como que conectados em um banco de dados de ações imutáveis e comportamentos programados previamente.

É por isso que eu digo, a felicidade, em nossa sociedade moderna (ou pós, sabe-se lá), inexiste É um estado de euforias passageiras, que não se cumprem. Nossa estagnação ante o cotidiano organizado (quem dera fosse absurdo, mágico, fantástico) não permite a fruição do ser, o carpe diem, como se queira... Vivemos, mas não fruímos. Vivemos, mas não experimentamos. Lemos romances de papel, mas não narramos. Publicamos fotos na internet, mas não rememoramos...

Postado por Diário Halotano.

quinta-feira, 18 de junho de 2009




Já disse e repito: coleciono metáforas inúteis.

Certa vez, conversando com minha própria conciência disfarçada de interlocutor feminino virtual no MSN, elaborei um esboço do que seria uma nova filosofia: a metáfora do "si mesmo", a metáfora do self. A vida deveria ser encarada como, ela mesma, uma metáfora; tornando-se, assim, uma mímica dentro da realidade; uma ficção viva dos seres.

Todavia, como uma catapora (mais uma metáfora, a melhor maneira de não dizer nada), a vida coça. Todavia, ao coçar a vida, ou deixar que ela coce você, ela infecciona. E infecções são o início da morte. O vislumbre dela, sem esperança, contudo. Paradoxalmente (estou usando esta palavra fora do eixo), o ato mesmo de coçar é o único que poderia aliviar o peso de contrair a maldita catapora. Coçar-se alivia. Coçar-se infecciona. A vida já se virou em metáfora da escravidão.

E, assim, a poesia morre, no meio do botão da catapora que coça sem poder. A vida arde, pois ninguém sobrevive mais do que um dia com catapora sem se coçar inteiro, dos pés a cabeça, e infeccionar cada parte do corpo nu. Com ardor, a coceira se transforma em aflição, em angústia de estar vivo! Agônica, a vida se veste de catapora e nos atormenta como uma bolinha vermelha que não nos revela a verdade das origens, sim o leito do repouso eterno, que nunca vem... Esperamos a morte, que nos pararia de coçar com a vida, mas a noite não vem, não nos refresca, mantemo-nos vivos e além!

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segunda-feira, 15 de junho de 2009




Eu gosto de fotografias do céu. Meu pai, aprendiz de fotógrafo na juventude, também sempre gostou. Lembro-me de não compreender o sentido de algumas de suas fotografias, gentilmente debruçadas em sua mesa de escritório, na velha casa da aclimação. Hoje, mais experimentado, entendo o prazer que ele sentida em foliar aqueles papéis brilhantes revelados.

É uma sensação de infinito, incompreensível e universal. É bonito, confortante ver o céu. As luzes e sombras, projeções e fantasmagorias que o céu proporciona, faze-me descansar. É bom, é suave. Eu gosto, e suspiro...

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terça-feira, 9 de junho de 2009


iPhone.


Gostaria de postar a foto do meu próprio, mas deu preguiça de ostentação...

Estou sem assunto, muitas resoluções pendentes, carentes de poder decisivo de minha parte, posto que não dependem de mim... Em breve, espero, foto e comentário de nosso apartamento novo.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009


Maxtor - Mande no meu endereço. Se você não sabe o meu endereço, também não deve saber que ele está prestes a mudar.


Meu HD externo parou de funcionar. Não sei qual o problema, mas todas as configurações, arquivos e rascunhos deste blog estavam lá, ou estão lá, dormentes, como eu. Deste modo, não sei o que serão de minhas postagens por aqui, mais um tempo de insônias e pausas...

Quem souber de um bom e confiável recuperador de dados de HDs, avise-me, aliás.

Por hora, é isso. Pausa, mais uma vez. Para voltar mais limpo e mais preciso. Até.

Postado por Diário Halotano.