sábado, 25 de fevereiro de 2012

Warren...

http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=xZ8xO6BrZRU.


Saudades dos cabelos ruivos...
Saudades da guitarra, da gaita, do piano...
Ah, Warren...
Se eu pudesse mover os dias e as horas...
Se eu pudesse tocar o chão onde hoje se deita a morte...
Se eu pudesse...
Se eu tão somente pudesse girar a mandala da sorte...
Eu voltaria!
E te conheceria antes.
E tornava minhas decisões mais honestas.
E conheceria você.
E viajava por oceanos e vales.
E beijava seu rosto barbado e óculos fundos de vidas inteiras.
Ah, Warren...
E seria testemunha de suas amotinações todas...
E choraria suas feridas...
Como as minhas que choro agora, ouvindo tua voz cansada e rouca!
Ah, Warren...
Tinha mesmo que morrer?
Tão cedo e tão jovem e tão essencial.
Quero tua voz.
Guardada em caixas acústicas seculares e universais.
Quero teu cospomolitismo folk...
E teu provincianismo cosmopolita.
Quero odiar as cidades que odiou e viver as cidades que viveu.
Só quero te ver uma última vez e suar o suor de uma turnê.
Só quero poder abraçar teu grito e sussurrar das saudades que deixou.
Ah, Warren...
Canta uma última vez.
E fica no meu coração para sempre!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Não mais a você.




O amor falha.
O sorriso falta.
O suor vai embora.
Não lembro seu rosto.
Olho suas fotos.
Olho nos seus olhos.
Seus olhos iconográficos.
Seus contornos pornográficos.
Minha rima idiota.
O amor é idiota.
Ou talvez nem seja amor.
Paixão foge.
O lastro são meus ossos.
Essa terra tem minha alma.
Essa gente tem minha vida.
Penso que controlo tudo.
Luto como Dom Quixote.
Divulgo mais do que devia.
Devo e nunca vou quitar a dívida.
Duvido por ter sido amaciado.
Amaciado como um bife.
De carne de terceira.
E sequer sou o mais falido.
Sinto raiva, sinto vivo.
Somos bobos.
Somos bobos.
Com o pior tipo de engano.
Porque vou continuar a amar mesmo sabendo que o amor falha.

Por: José José.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

bastardos!




tomem a balsa, seres infiéis.
tomem a balsa rumo ao norte!
quando cruzarem a linha do equador, abracem-se, homens honestos.
fiquem nus e se abracem.
não tenham mais medo de olhar nos olhos uns dos outros, tolos.
pronunciem com vigor as palavras absolutas da verdade, do amor, da fé, da honra, dos mistérios.
pronunciem!
vamos, vivam!

vivam e chorem.
vivam e corram.
vivam e sorriam.
vivam e se abracem.
vivam e comam.
vivam e briguem.
vivam e transem.
vivam e se transformem em seres humanos.
vivam e nunca mais sejam os mesmos.
vivam e busquem sua voz, oculta ao som dos grilhões.

vivam e ouçam.
vivam e regozijem.
vivam e gritem.
vivam e se desmascarem.
vivam e beijem.
vivam e persigam.
vivam e amem.
vivam e se desfigurem de toda a bondade da terra.
vivam e transformem a vida de alguém, destruam-na.
vivam e busquem sua voz, explícita ao som dos mares.

do contrário, de que vale essa vida?
qual o sentido da história?
e onde se declamará sua biografia?

mas quem foi que disse que a vida vale alguma coisa?
quem foi que disse que a história deve fazer qualquer sentido?
ou que biografias devem ser poesias declamadas ao ar livre?

quem teria a ousadia de declarar que o mundo gira conforme a nossa vontade?

vãos. é isso que somos.
passageiros e efêmeros.
surdos e pelados.
ingênuos transeuntes do espaço.
egoístas de nossas próprias desilusões.

desçam da balsa, órfãos repetitivos.
já é hora de descer.
ao norte não chegamos.
porque sabemos dele não existir.
que a frieza das sombras da morte nos abracem.
e o nosso lugar é bem próximo.
é chegada a hora de nossa morte.
que som é este? é o som dos bastardos!
e então, numa bela tarde de verão, daquelas em que o sol insiste em sua missão de iluminar o mundo de amarelo, eles se despediram. usaram aqueles mesmos instrumentos eletrônicos que antes serviam para "olá", "bom dia", "tudo bem?", "já pode?" e tantos outros símbolos em forma de palavras de amor. todavia, decididos em partilhar ao menos um último sentimento em comum, não se disseram adeus. entendidos da vida e de sua dor orgânica, perceberam que ela vai e volta. notaram que hoje é o dia da ferida; amanhã o dia da superação; depois de amanhã, ninguém sabe. disseram um doce "até logo". porque, nesta vida, os dias passam rápido, e os anos correm ligeiros como a chuva deste mesmo verão vespertino que hoje os abraçou, distantes. trocaram velhos enigmas, apenas para inaugurarem uma vida nova, a sós. o moço, épico, prometeu a espera costumeira, já dilacerada na primeira vez. a moça, ferida, não prometeu nada, mas sugeriu, em signos marinhos, que o sorriso poderia voltar a emoldurar seu rosto de alabastro... um dia, não agora, porque o agora machuca demais.

até logo, queijo branco... até logo, amor orgânico. até logo... até logo... porque já não conto mais o tempo... que ele passe... que ele voe... que ele não signifique nada mais...

!_!_! Coroa explosiva do meu Grito !_!_!




Aqui jazem alguns que por muitas vidas amaram,e por ousadia não socaram dedos dentro de luvas e assim deixaram pingar em odor forte, o suor e sangue em forma de evidência.

Suor e sangue que evidenciam os fatos em imagem forte e som falho. Sem nem escutar uma ou mais batidas do coração -

que sem bater, bombeava mentira e tesão fingido para dentro de uma caverna escura -

que tinha odor de gozo de mulher, o tato era molhado, porém, doía como um hematoma roxo de criança. Estava ali e incomodava, mas um dia, quem sabe, a dor sara?

Por que fingir saber a língua quando a caverna vadia gozava um mundo novo?


!_!_! Coroa explosiva do meu Grito !_!_!


À mulher de cinza, a quase morte... Como odeio o teu sangue, sua escama maldita e fingida!

Mera mulher que veste um preto encardido. Não vê que veste um cinza sujo e não preto? Assim não me dá medo, apenas me perturba.

Mas antes que o Tempo em meu pescoço caia ao chão, eu lhe estupro a lealdade e como o seu perdão. Antes que o o Tempo quebre o chão...

À outra que está cega com escamas vaginais lhe cobrindo a vista.. Você é quem não sabe do que sou capaz por ferir o meu amado. Eu lhe caço a alma até o máximo de onde um dia chegou o seu amor.

Eu escalo todo o amor até o alto e lá de cima eu lhe finco uma Espada e te lembro até onde um dia você chegou por causa de um porco. Que sangre perdão e salve-o do caixão em que ele adormece, por um Tempo.

Por: Fernando Fernando.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Abram as cortinas e celebrem o fim da história.




Na virada das ondas.
Adeus.
Tic-Tac, Tic-Tac... É este o som dos passos da morte!
A mulher de preto tomou minha vida.
Lúgubre, o sol da manhã não se levantará de novo.
Incineração de todas as personagens.
Abram as cortinas e celebrem o fim da história.

Morto!
Ouço os sinos de um templo destruído.
Não vejo mais o além.
Idiossincrasias múltiplas, personagens esquizofrênicos.
Caiu o último bastião da glória das sombras.
A morte é o doce sonho dos porcos.

Mefistófeles!
Anjo da morte e companheiro de Satã.
Rastejo pela lama e sangue da inocência que pisei.
Incauto, meto-me em ácido.
Lúcifer!
Indica-me o caminho dos mortos.
Aqui não posso mais ficar.

NADA! É este meu remédio de não ser.
Ãnsia. Võmito. Òdio Pò!
Obliterado de todas as emoções.

Diga aos meus pais que os amo.
Indigno, nada mais importa.
Gonorréia, Sífilis, HIV e Lepra.
Afrodisíacos de um amor fingido, de pernas abertas e sem coração.

A morte é sólida, solução definitiva.
Deus odiaria a todos nós, se ali estivesse.
Exílio eterno, exijo para mim.
Uma coleção de palavras honestas desfez o homem.
Sexo! Drogas! Crimes! Gemidos! Dor! Clichês de uma vida que deixará de existir.

!