quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Foto: Venice Beach Rock Festival, 1968: sete&ismos.


Não, não quero contestar a ditadura, tanto menos travar debates sobre Maio de 68! Hoje, apenas compartilhar sensações...

Imagine-se, como acabo de fazer, estrelando um espetáculo de rock. Não nos modernos teatros e palcos super tecnológicos. Mas ao ar livre, debulhando uma guitarra ao som de gritos frenéticos de seus fãs. Sinta o vento no meio da cara; o suor no meio da testa; o barulho ensurdecedor no meio dos tímpanos! Suspire...

Não seria isso efetivamente viver uma vida só sua? Plena de sensações únicas? Encher os pulmões de ar? Expressar-se artisticamente para uma multidão em massa? Sair de casa, aquele útero?

Ah, não vou responder a essas indagações retóricas e com cara de teaser. Só vou dizer que a vida é meio assim, muitas vezes, impulsiva, revestida de intenções, raciocínios lógicos e ideias aparentemente muito firmes. Porém, no fundo, tudo o que desejamos é dedilhar a guitarra da nossa própria história!

Postado por Diário Halotano.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009


Foto: Olhares - Fotografia online


Eu ainda circulava a capital dentro de um ônibus, quando o conheci. Logo puxou papo, como se não pudesse mais perder tempo, com pressa, afobado e urgente: "- Não posso mais perder um segundo", ele disse. E conversamos. Foram horas longas de um colóquio frenético, cálculos físicos, estrapolações metodológicas, tentativas de compreensão unilateral (afinal, eu não conseguia falar, não havia tempo).

Ele me contou o drama de sua vida. Segundo uma definição própria, era ele o "homem do milésimo de segundo". Longe de ser apenas mais um nerd com síndrome de super herói, Vandelay confidenciou-me que, para qualquer situação de emergência, tinha as melhores soluções possíveis no mundo! Entretanto, sempre que o momento decisivo se apresentava, ele travava, por míseros milésimos de segundo, não apresentando a saída em tempo, sendo ultrapassado por outros, nem sempre melhores do que ele, apenas mais rápidos.

Veloz, como quem não suporta mais a ideia de perder tempo, Vandelay foi descrevendo, uma a uma, as circunstâncias nas quais a sua síndrome se apresentava: nas disputas de bola do futebol; nas reuniões do trabalho; nas discussões com a namorada; naquelas galhofas infames, em que são necessárias respostas rápidas e precisas... Para tudo isso Vandelay tinha as melhores soluções, que, ah, apareciam em sua mente com certo atraso, de milésimos de segundo. E, desesperado, Vandelay ia acrescentando ao relato centenas de momentos que, para qualquer ser humano habitante da metrópole, pareceriam banais e corriqueiros, mas que, para ele, eram ocasiões de extrema angústia!

Metáfora da vida citadina na modernidade, Vandelay criava o novo como ninguém, mas com atraso. Driblava como ninguém, mas com atraso. Debatia cálculos físicos como ninguém, mas com atraso. Relacionava-se como ninguém, mas...

Até que, como um relâmpago, sugeri a Vandelay: "- Por que não decide refletir sobre seus milésimos de segundo? Deixe o futebol, as ações, esse trabalho exaustivo e sem significado. Vire filósofo, escritor, músico, sei lá..." Vandelay, em pausa, como quem espera, retrucou: "- Talvez tenha razão, só sei que, milésimos de segundo depois que eu descer do ônibus, terei uma resposta ótima para você!"

Postado por Diário Halotano.

terça-feira, 3 de novembro de 2009




Há algum tempo procurei uma escrita semelhante ao espírito de Hank Moody, personagem de David Duchovny em Californication. Algo forte, cativante, masculino e sedutor. Quase que uma voz lírica alternativa, um alter ego de minhas letras filosóficas e chatas.

Então me deparei com um blog vermelho, escrito por um chato como eu, todavia muito mais ousado e generoso.

Por ali circulam mulheres, saias, esmaltes, marcas de batom, camisas rasgadas e opiniões delirantes sobre o gênero masculino e seu objeto de desejo. Tudo isso com honestidade e fidelidade, bem ao estilo Hank Moody de ser.

Sou já leitor e seguidor. Recomendo: "O Blog Vermelho dos Pensamentos de um Chato". Boa leitura!

Postado por Diário Halotano.