quarta-feira, 21 de outubro de 2009




É... Em alguns momentos apoiamos, em outros retiramos o ombro, bruscamente, como quem somente se importa com o outro quando o próprio calo está intacto.

Quando falamos por cifras, corremos o risco de desafinar... Nem todo idioleto é preciso como uma sinfonia! Para isso ensaiamos, exaustivamente. Mas a exaustão é uma pedra em nosso caminho, na modernidade. Não nos exaurimos com mais nada hoje, apenas simulamos o toque de um barco, em força total, sem olhar para trás. Mal percebemos que nem o barco é nosso, apesar de a vida o ser. A Modernidade não tem memória, aniquila nossa afetividade, torna-nos zumbis, carentes de necessidades básicas e fantasmagóricas.

E pensamos que pensamos, distraídos que somos da existência do alheio e da consciência de nosso próprio self.

Nossas próprias palavras são ocas, cascas sem sementes, agentes destruidores. Prometemos, no interior da inconsistência. Juramos, no seio da infidelidade. Descumprimos tudo, ao menor sinal de risco, ou simplesmente por interesses egoístas e mesquinhos. “Resignificamos” cada expressão ideológica, ou princípio formador do caráter, afinal o mundo pertence aos relativistas.

Apontamos nossa acidez ao comportamento de sujeitos indeterminados, desafiamos a honestidade da humanidade inteira; pretensiosos e tendenciosos. Mas a quem julgamos senão a nós mesmos, quando dos tantos “alguéns” mencionamos as distorções, em nossas críticas exacerbadas? No mais íntimo de nossa incongruência, não percebemos que é nas decepções e angústias que nos revelamos a nós mesmos. Por isso, vivemos toda uma existência conhecendo amigos virtuais, sem nunca cumprimentarmos o nosso próprio eu, enclausurado e nu, batendo à porta de nossa consciência latente e inerte!

Postado por Diário Halotano.

Um comentário:

Unknown disse...

"Juramos, no seio da infidelidade. Descumprimos tudo, ao menor sinal de risco, ou simplesmente por interesses egoístas e mesquinhos."
REALMENTE!