domingo, 15 de maio de 2011

Laura, a moto e o monte.






Laura, um passeio de moto e sua jaqueta de couro bege. Ricardo, cabelos ao vento e seu coração de carne rubra. Um abraço, uma subida.

Ninguém podia perceber que seus olhos mareavam em verde infinito. Ninguém podia ver que suas pernas flamejavam febris.

No topo daquele monte, tomaram-se pela cintura e se beijaram, em chamas. Carbonizados, não morreram, transformaram-se, mais uma vez.

Envoltos em uma névoa densa, tentavam ver o que todos viam, as migalhas. Mas viam tudo, um amor maior do que a coragem, o pão!

Laura olhou fundo nos olhos de Ricardo. Vem! Não espero mais. Quero teu beijo racional, tua vida na minha. Vem morar dentro de mim. Agora!

Ricardo nem mesmo piscou os olhos. Abertos, lúcidos, tomaram o corpo de Laura. Brisa suave, não era mais sonho. Encarnado, sentiu-se vivo.

Laura ouvia cada palavra sussurrada por Ricardo em seu ouvido nu. Desejava-as todas, coração acelerado e estômago em brasa! Água no deserto.

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