quarta-feira, 11 de março de 2009




Para Luis "Quixote" Zanin, o anônimo pode ser definodo da seguinte maneira: “Tentativa de não identificação”.

Mais do que a definição em si mesma, objetiva e, por isso, não típica das preposições "Zaninianas", é digno de nota o uso da expressão verbal subjetivada: "tentativa".

Para o Quixote, o anônimo não é aquele que não pode ser identificado, ou que não deseja ser identificado, sim aquele que tenta se esconder.

Os motivos do tentame são infinitos. Todavia, o anônimo, como em filmes de perseguição policial nas ruas de Nova Iorque, esgueira-se por ruas, vielas, telhados, esquinas, casas, quartos, janelas, paredes... Tenta, tenta, esconde-se, esconde-se, perde-se, finalmente. De tanto se esconder, o anônimo se transforma, no limite da razão.

A metáfora quixotesca aqui é o inverso da racionalidade do herói espanhol. Ao invés de mostrar-se ao mundo em sua marcha, o anônimo oculta sua identidade de si mesmo. Olha-se no espelho e se vê! Olha de novo e não está mais lá. Não sabe o que quer, não sabe quem é, não sabe de nada. Quer, deseja, anseia... Porém sobra-lhe a amargura de esconder-se por detrás da cortina que o separa do presente, o palco das definições. Permanece eternamente em um pretérito do futuro, como que em estado de dúvida, postado diante do devir. Ao mesmo tempo, sauda o passado e inquieta-se sobre o futuro! É a metáfora da angústia, viva.

Postado por Diário Halotano.

2 comentários:

Unknown disse...

Eu não sou objetivo? rsrsrs.

Bem, acabei de voltar do Watchmen, talvez ele ajude em outras definições sobre anonimato.

Abs,

Ricardo Lazok disse...

Não o somos ambos.

Acabo de voltar do trabalho, talvez isso inutilize qualquer definição...

Há braços...