domingo, 29 de maio de 2011

quem era ela...


Fonte: monk3y.tumblr.com


Magnífica!

É uma imagem que roda a cabeça! Faz girar os planos todos, as ações, o fingimento de interpretação. É impossível olhar para você e pensar nas técnicas de fotografia, na estética fotográfica, nos estados de revelação e exposição. Olho para você e simplesmente sei de meu desejo, de minha atração, de minhas pulsões, todas juntas, em chamas dentro de mim, corroendo meu intestino.

Em qual dos seus dias teria sido esta foto atirada? Estaria perdida, a donzela arqueada por sua dor? Por que seu estômago queimava assim, sempre e tão intenso, em brasa viva? Seria ainda donzela, viva entre tantas decepções e buscas intermináveis? Qual seria sua formação, seu nascimento? Qual seria sua busca, seus achados, sua inquietação noturna e notívaga?

Era mesmo dor o que sentia? Por que se dobrava assim, todas as noites, sobre seu próprio corpo nu? Seria o desejo de que lhe beijassem os pés? Seria a vontade de ser possuída, ali mesmo, concretizando tudo o que sempre sonhou? Ainda sonhava, aquela menina em forma de mulher? Ainda sentia qualquer anseio além da própria inquietação de existir no mundo?

A qual mundo ela pertencia, enfim? Era este mundo, prático e duro? Era um mundo de fantasias, como o das crianças? Ou era simplesmente personagem viva de algum autor abominável, que a esquecera de alimentar os passos todos, deixando-a perdida e só? Era mesmo viva? Qual seria o próximo passo? Controlaria ela mesma a própria história, ou seria ela mergulhada, afogada por suas personagens todas? Finalmente, quem era o vilão? Quem era ela?

Um comentário:

Nádia disse...

Esse é, sem dúvida, meu texto favorito. É tudo o que você realmente quer descobrir quando, na verdade, só tem a coragem de perguntar "Qual o seu nome?". Realmente me identifiquei com ansiedade que esse texto transmite...bom trabalho, Adrian!!