quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

[Imagem não disponível. Não parece haver imagens para o que dói no coração.]


Muitas vezes eu simplesmente gostaria de estar sozinho no mundo, nem que por algumas horas, dias. Outras, sinto as dores do mundo todo, dentro desta caixa que chamo de corpo. Ontem, percebi o valor que há na coexistência de indivíduos, não da humanidade. Hoje, a ambivalência de estar dentro de mim mesmo. Quero o que não posso ter, o intangível. Não alimento desejos pelo que já mantenho posse. O que poderia ser mais moderno do que este sentimento?

Seria este cálice amargo apenas o apego pelo novo, a "novolatria", tão característica da Modernidade? Estaria eu antevendo a ociosidade do período de férias, tão assustadora para alguém viciado em trabalho? Que rios correm em mim? Que limites e fronteiras se debatem tão freneticamente dentro do meu peito aberto e nu? Quais obrigações quero eu evitar? Quais prazeres quero fruir, na ilusão da felicidade infantil, que não sabe maturar o esforço, a dor, a decepção?

Quais as vésperas, enfim, do dia de hoje? Quais os batimentos cardíacos que me trouxeram para o que hoje sinto? Coração canhoto? Ainda e de novo? Há respostas para indagações existenciais, em um mundo materialista? Há materialismo de fato, em um self tão carente da experiência "benjaminiana"? Há um self, em si? Há Hegel, Kafka, Benjamin e Marx?

O mundo, fora de mim mesmo, existe? Como se apresenta, em uma situação histórica tão fragmentada e, ao mesmo tempo, massificada? Qual o lugar filosófico desta ambivalência fratura-homogeneidade? Ou tanto melhor, qual o meu lugar? Qual minha identidade cultural? Existe? Sou? Quem?

Postado por Diário Halotano.

4 comentários:

Unknown disse...

Cara, acho que você precisa comprar um celular novo ou um notebook.

Breno Deffanti disse...

pense bem:
somos aquilo que não fomos. o que vivemos hoje é a somatória dos nossos fracassos. você é professor porque não conseguiu ser jogador, só está casado com sua esposa porque a sua primeira paixão, lá no prezinho, não lhe deu bola e vocês não ficaram para sempre.

Unknown disse...

Na verdade, como diria um grande poeta da música brasileira, "Somos quem podemos ser". Sempre vamos nos perguntar sobre o que poderia ter sido, por isso os sonhos moldam a realidade.

Fabricio disse...

Enfim o plano "2012 ateu" está caminhando!

Abraço!

Ah, não precisa publicar não...