quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Escrever é Arte da Vida Inteira




A escrita é uma arte da vida inteira. Ouvimos histórias, lemos romances e contos, estudamos teoria literária e praticamos. Construímos cada palavra como quem constrói uma casa, como quem pinta um quadro, como quem esculpe em pedra sabão... Tijolo a tijolo, cores em cores, com ferramentas especiais, para não destruir uma peça inteira.

E a cada palavra nova, uma frase em oração. A cada linha, ponto, exclamação, aprendemos algo novo de nós mesmos. A escrita nos tira o que está ali, latente, porém interior. Imagino-a como um fotógrafo do inconsciente, revela nossas inquietações, todavia, o faz em palavras elaboradas, refinadas e polidas. Nem sempre escrevemos o que sentimos de verdade, mas sempre sentimos a verdade do que escrevemos, sempre!

A escrita é uma arte da formação, nunca se completa, mesmo quando chega ao leitor. É, acho, um círculo com um pedaço faltando. Ou um sinal de infinito, com um pedaço faltando. Inexiste uma obra completa, mesmo sob o ponto de vista do autor (afinal, as leituras alheias são infinitas mesmo). Uma obra é um marco, que, por ser histórico, é transitório, passageiro, verdadeiro por um período, que não pode ser contado.

É uma arte da continuidade, por assim dizer, aprendemos enquanto executamos. E aprender é humilde, aprendemos de nós mesmos, todavia, fundamentalmente, dos outros. A escrita é uma metáfora do círculo, do infinito; porém é, sob esta referência, também figura da louça na pia. Lavamos sempre, e ela estará ali, sempre também, até que morremos e paramos de escrever, nunca mais lavamos a louça. E, ambas, continuarão seus caminhos, a escrita e a louça, lidas e lavadas, por olhos e mãos alheias... Afinal, o infinito da escrita não acaba, não é mesmo? Terá sempre um pedacinho faltando...

Postado por Diário Halotano.

3 comentários:

Lucas Fernando disse...

"um sinal de infinito, com um pedaço faltando."
Algo mais pra dizer depois dessa? Uma obra de arte! rs

Gabi Rowlands disse...

Aquela revista de História azul me fez lembrar do dia em que ficamos catando livros que a Zilda estava dando.... gente..... faz tempo!

Ricardo Lazok disse...

Olha, Gabi, acho que, inclusive, esse aí na foto é um deles. Faz tempo mesmo, muito tempo... É assim que nos sentimos quando vamos ficando "mais velhos"? rsrsrsrs