quinta-feira, 21 de maio de 2009




Qual poderia ser o propósito dos plásticos pendurados, em uma tarde de sol, no verão de 2008, na seção posterior do refeitório de uma grande universidade particular da cidade de São Paulo?

Seriam eles coberturas de mesa? Seriam proteção das camas dos dormitórios? Seriam refletores solares? Capas de cadernos gigantescos? Fonte de reciclagem? Cobertores transparentes, que evitam as carícias secretas dos casais apaixonados e proibidos? Matéria-prima de estufas encubadoras, capas de chuva ou bolsas plásticas super na moda?

Sinceramente... Não faço a mínima ideia do que sejam os plásticos pendurados no varal da seção posterior do refeitório de uma universidade grande da cidade de São Paulo... Todavia, sua colocação elaborada e com aparência de rotina de trabalho me chamou a atenção. Aquelas pessoas da foto, do meu instante fotográfico espião, dão a nós uma impressão de dedicação para com os plásticos transparentes. Eles, os plásticos, são importantes, brilham. O balde azul, próximo ao ponto de fuga da imagem, indicam que os plásticos foram cuidadosamente limpos, estranho... Afinal, para que tanto cuidado, já que nem mesmo sei o uso dos tais translúcidos pendurados? É difícil compreender uma ação empreendida sobre um objeto desconhecido, desvinculado de nossa realidade, ou de nossos sentimentos mais comuns.

Acho que é assim que muitos de nós nos sentimos, quando nos deparamos com o cotidiano trabalhista de nossos chegados, meros conhecidos ou estranhos. Causa-nos espécie a realidade do "outro". Não nos é familiar a dedicação que muitos de nossos semelhantes humanos oferecem às suas atividades corriqueiras...

O que seriam "alunos"; "planilhas"; "redes integradas de informação"; "aulas"; "reuniões"; "pautas"; "resultados"; "arte"; "propaganda"; etc. etc. etc. Aquilo que não é "nosso", é esquisito, meio plástico pendurado na seção posterior do refeitório de uma universidade particular de São Paulo, não é?

Postado por Diário Halotano.

4 comentários:

Anônimo disse...

Demais, gostei muito mesmo! Melhor metáfora sua, em minha humilde opinião.

Ricardo Lazok disse...

É... Eu gostei dela também... ão sei bem o porquê... Talvez pelo tom coloquial dela, oral, intimista. É uma metáfora mágica, fantástica (do realismo mágico, ou fantástico, da literatura hispano-americana do XIX). Não sei. Tem a cara do Lucas, acho, uma mistura de sentimentos com o cotidiano, algo simples e inquieto (ao mesmo tempo), como os textos dele.

Anônimo disse...

hahahaha, Não cara. SÉRIO!
Ouça com eco, FICOU MUITO BOM! hahaha

vou plagiar no futuro e ficarei milionário, desculpe. hahaha

Ricardo Lazok disse...

quando enriquecer com suas letras, apenas mencione em algumas de suas extensas entrevistas, ou em um de seus vastos prefácios, o meu nome.
eu faço o resto...
hahahaha