terça-feira, 28 de abril de 2009




Quando muito novo eu era, assisti pela primeira vez ao O Poderoso Chefão, The Godfather.

Desde então, sonho com armas, vinhos caríssimos, porões, prostitutas, extorsão, paisagens sicilianas, reuniões secretas, FBI, famílias, homens gordos, cenas em banheiros de restaurantes, Nova Iorque, strippers, Omertá.

A Máfia é, em meu imaginário, assim, ao mesmo tempo, metáfora da brutalidade e da sutileza; da maldade e da fidelidade.

A Máfia encarna para mim, dentro de meus sentimentos italianos mais honestos e impacientes, tudo o que deveria ser eliminado de nossa sociedade, já por si só corrupta. Todavia, simultaneamente, encerra um cenário incrivelmente atraente e sedutor.

Afinal, quando cenas do poderoso chefão, ou da família Soprano, dançam em minha memória, conheço uma espécie de sensação de pertencimento, uma identidade, um conforto. E, por oposição, os mesmos quadros me causam repulsa e nojo. É uma relação ambígua esta minha, com o crime organizado de características italianas, tal e qual pintado nas telas. Ambiguidade própria da identidade por si mesma, eu sei...

Postado por Diário Halotano.

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