terça-feira, 6 de janeiro de 2009




Sinto-me como esboço. Traçado de minhas próprias mãos. Desígnios alheios, ao mesmo tempo. Traço-me, desenham-me.

Metáfora da vida, a folha de papel aparece como um futuro incerto. Traços alheios revelam-me segredos. Os meus desenhos, promovem o que há de vir e aquilo que ainda serei e já sou.

Desenhamos a nós mesmos todos os dias. E é ao mesmo tempo que outros nos traçam retratos "caricaturados". Ou seria o inverso? Será que não somos nós que fazemos caricaturas de nossas próprias almas em conflito? Não teriam outras pessoas imagens mais exatas sobre o que somos?

Metáfora da identidade, a caricatura nos define em nossos maiores defeitos (ou "características marcantes"). A caricatura é um desenho feito por quem nos olha em detalhes tão precisos, que nos desenha tortos!

Metáforas, o papel e a caricatura; concretas, a vida e a identidade, entrecruzam-se. A vida é nossa, mas não somos sozinhos no mundo. A identidade é fluida, meio nossa, meio alheia a nós. Quem seríamos, se todos aqueles ao nosso redor simplesmente deixassem de definir o que somos? Não seríamos caricatura, sobraria apenas o papel em branco...

Postado por Diário Halotano

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